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 Histórias do Vô Timóteo (I)

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Dom Lima
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Dom Lima


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MensagemAssunto: Histórias do Vô Timóteo (I)   Histórias do Vô Timóteo (I) Icon_minitimeSeg Jun 15, 2009 10:27 pm

Citação :
Título: Histórias do Vô Timóteo
Autor(es): Lima
Censura: Livre
Gênero: Conto
Último capítulo: I

Histórias do Vô Timóteo: O Homem sem Medo

Crianças: Vai, vô Timóteo, conta uma história pra gente antes de dormir!
Vô Timóteo: Já disse que não!
Crianças: Por favor! Você nunca contou uma história pra gente, só o vô Adalberto que conta histórias, ele sim que é um vô legal!
Vô Timóteo: Tá certo, então... Vou contar uma história, mas vai ser rápido, ein!
Crianças: É bom que seja boa!
Vô Timóteo: Humpf! Fiquem quietos antes que eu mude de ideia!
Crianças: Tá certo, mas vamos lá, começa!
Vô Timóteo: Hum... Deixa eu pensar... Hum... Hum...
Crianças: Acho que a gente vai acabar dormindo antes de você começar a história.
Vô Timóteo: Calem a boca e deixem eu me concentrar... Hum... Hum...
Crianças: ...
Vô Timóteo: Hum... Já sei! Vou contar a história de um homem que eu conheci há muito tempo. Hum... Como posso começar?
Crianças: Tenta com "era uma vez".
Vô Timóteo: Certo. Era uma vez um mundo que, diferente das historinhas bestas que vocês veem na maioria dos livros, era terrível. A gente não podia sequer abrir a boca que os militares já cortavam a língua fora, isso quando eram bonzinhos. Eles tinham um poder de persuasão tão bom que faziam qualquer um revelar todos os seus segredos, até os que nem ele sabia!
E foi nesse tempo que teve destaque um homem. O nome dele era José Fonseca da Cunha, quem era próximo o chamava só de Fonseca, os outros o chamavam de Soldado. Tinham muitos soldados por ali, mas os outros estavam soldados, ele era soldado. Ele era um homem direto, não deixava que nada nem ninguém o atrapalhassem. Quando tinha um objetivo, cumpria-o, nem que isso lhe custasse muito, ele cumpria-o. Não tinha medo de nada, não tinha nojo de nada, não tinha vergonha de nada, não tinha tristeza por nada e até parecia não ter amor por nada. Fazia o que era preciso ser feito. Todos o temiam, e todos o respeitavam. E o rapaz era tão eficiente que foi rapidamente promovido dentro do exército, e naquela época, os altos cargos do exército eram quem dominavam esse país. Quando entrei no exército, o homem já era Coronel. E, num dia que acabei por esbarrar com ele, não pude resistir e tive de perguntar:
- Senhor Coronel Fonseca, desculpe-me a intromissão, mas, não há nada que você tema?
O Coronel olhou-me com os seus famosos olhos de indiferença e disse:
- Há sim, soldado Timóteo. Temo o dia em que surja algo que me dê medo. A maioria das pessoas já está acostumada, teme a muitas coisas, já tem planos de fuga, já sabem lidar com o medo. Eu não sei o que é medo. Não sei como eu posso reagir ao medo. Por isso, tenho medo do medo. Passe bem. - Assim, foi embora, e eu não o vi mais tão cedo.
Soube que ele foi chamado para as mais difíceis missões, aceitou sem exitar, e sempre fez bem seu trabalho. Um dia, muito tempo depois, recebi um telegrama, nele dizia: "Nosso grande companheiro José Fonseca da Cunha, por vezes Soldado, por vezes Fonseca, faleceu essa semana. Ele havia sido capturado por tropas inimigas durante uma missão, e, por não conseguir escapar, teve uma parada cardíaca fatal. Nós, seus colegas do exército, estamos de luto, e vamos prestar uma homenagem no quartel central da cidade." Então parei para pensar. Será que o homem sem medo teria enfim encontrado algo a temer? E assim, com medo do próprio medo, teria o homem mais valente entrado em colapso e simplesmente morrido? Como responder ao certo eu não sei, só sei que José Fonseca da Cunha, que passou a vida inteira sem temer a nada, morreu de medo.
Crianças: É assim que acaba, vô Timóteo?
Vô Timóteo: É. Agora vai dormir.
Crianças: Mas a história tem final triste!
Vô Timóteo: Essa é a vida. Durmam de uma vez antes que eu perca a paciência.
Crianças: E o que acontece quando você perde a paciência, vô Timóteo?
Vô Timóteo: Vocês dormem, mas à moda antiga.
Crianças: Como ass-... ... ZzZzZzZz... ZzZzZz...
Vô Timóteo: Ê, silêncio... ... ZzZz... Ronc! ZzZz...

CONTINUA...
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